Seminário de Turismo com o tema tendências para o futuro dos eventos

Seminário de Turismo com o tema tendências para o futuro dos eventos

Tendências para o futuro dos eventos

                   Crédito: Christina Bocayuva

 

 Último seminário da série Turismo – Eventos em Debate discute megatendências e desafios do setor de eventos

O último seminário da série Turismo – Eventos em Debate foi realizado em 6 de dezembro, no Rio de Janeiro. Promovido pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o seminário Eventos – O que vem por aí propôs discutir as tendências do setor de eventos no futuro e que desafios esperam o segmento nos próximos anos.

Marisa Canton, professora da Fundação Getúlio Vargas e curadora da série de seminários, agradeceu a oportunidade de desenvolver esse trabalho em parceria com a CNC. “O nosso grande desafio era apontar o que seria mais significativo para ser discutido. Acabamos por tomar um caminho que me pareceu responder de certa forma à questão ‘eventos, o que vem por aí?’. Essa era a proposta máxima desse ciclo de seminários”, afirmou Canton.

Peter Kronstrøm, diretor do Copenhagen Institute for Future Studies Latin America, foi o palestrante convidado desta edição para falar das megatendências para o futuro e como elas afetam o setor de eventos. Segundo ele, estudar o futuro é intrínseco à natureza humana. “O nosso cérebro pensa no futuro na maior parte do tempo enquanto ele está acordado. A gente mexe com o futuro em curto e médio prazo. O que nós estudamos no instituto é como começar a pensar o futuro em longo prazo, começar a pensar nisso de forma séria e em conjunto”, explicou.

Entre as megatendências apresentadas em sua palestra, Kronstrøm citou as que terão um impacto direto com os eventos. Segundo ele, por conta da intensa aceleração vivida pela sociedade nos últimos anos, cada vez mais as pessoas vão procurar desacelerar, viver mais devagar. “Cada vez serão necessários eventos que oferecem espaços para desacelerar, para conectar os seres humanos.”

Outras tendências apontadas são a automação e a evolução na Indústria 4.0. Peter afirmou que, com a automação de mais tarefas, o trabalho humano no futuro será mais criativo e vinculado à empatia e ao contato com seres humanos, tudo o que uma máquina não consegue fazer. “Isso inclui áreas que envolvem lazer, turismo, viagens e experiências humanas. É a interação entre pessoas que irá moldar os trabalhos no futuro, e nisso os eventos têm um papel essencial”, disse.

Ele ressaltou ainda que o Brasil é um país extremamente criativo e inovador, por isso o segmento tem a capacidade de promover eventos incríveis que proporcionam experiências de impacto e agregam valor. “O papel que os eventos terão no futuro é a responsabilidade de levar os humanos para além dos limites conhecidos. E, para isso, a soma de todas as pessoas e o resgate das experiências que nos tornam humanos é fundamental. Somente dessa forma é que conseguimos construir algo juntos para o futuro”, completou Peter Kronstrøm.

Questões para o futuro

Após a palestra, o presidente do Cetur/CNC, Alexandre Sampaio, conduziu um debate com os representantes das entidades representativas do segmento de eventos no Brasil e que foram apoiadoras da série Turismo – Eventos em Debate.

Eduardo Murad, da Associação Latino Americana de Gestores de Viagens e Eventos Corporativos (Alagev), ressaltou a importância de se observar as questões de segurança do público participante de um evento. “As empresas estão tomando muito cuidado ao observar os locais onde os eventos serão realizados. Toda a cadeia produtiva, especialmente os fornecedores, tem que estar muito antenada porque as empresas estão definindo seus eventos de forma interligada a essa questão”, afirmou Murad.

Para Ana Luisa Cintra, da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef), as dificuldades encontradas no setor são enormes, mas é preciso fazer um acompanhamento da evolução de eventos e correr atrás das tendências. “Com toda essa transformação, os centros de convenções hoje acompanham essa evolução, com a abertura de novos espaços e de olho na concorrência. Os eventos aumentaram, mas a concorrência também aumentou bastante. Muitas mudanças têm ocorrido, então é preciso estar atento”, disse.

Sobre as tendências das feiras no ano que vem, Armando Arruda, da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), disse que as novas experiências de negócios estão transformando a forma como os expositores escolhem as feiras em que pretendem investir. “Uma coisa que foi fácil constatar em 2018 é que as feiras diminuíram de tamanho. No entanto, o expositor descobriu que isso não é, necessariamente, uma coisa ruim, pois proporciona um contato mais próximo e direto com quem quer fazer negócio. São as sensações e as experiências que fazem mais diferença”, disse Arruda.

Para Fatima Facuri, da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil), a grande sacada do setor é ficar atento às novas tecnologias, com geração de conteúdo. “Para os eventos, o que sobra é a inovação. Feiras e eventos são um grande chamariz de inovação. Quando você entende isso, faz um grande relacionamento com seu cliente.”

Toni Coelho, da Associação de Marketing Promocional (Ampro), reafirmou que as experiências humanas, um dos pontos chave do live marketing, não podem estar em segundo plano nos eventos. “O live marketing trabalha com os sentimentos, as emoções, a sinestesia. O que a gente procura fazer nos eventos é provocar as sensações que as pessoas esqueceram”, explicou.

Elza Tsumori, do Fórum do Setor de Eventos (ForEventos), comentou o impacto que teria no setor uma mudança em leis de incentivo no País, como a Lei Rouanet, algo já cogitado pela equipe de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda em campanha. Segundo ela, haverá uma redução muito grande no número de eventos, caso haja uma alteração muito grande ou mesmo a extinção de leis desse tipo. “Isso tem sido um fator muito grande de desenvolvimento desse setor. É claro que, falando em longo prazo, acredito que esse modelo de incentivo precisaria mesmo ser revisto e sofrer uma mudança enquanto modelo de negócio”, afirmou Tsumori.

Crédito: Christina Bocayuva

Último seminário da série Turismo – Eventos em Debate discute megatendências e desafios do setor de eventos

O último seminário da série Turismo – Eventos em Debate foi realizado em 6 de dezembro, no Rio de Janeiro. Promovido pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o seminário Eventos – O que vem por aí propôs discutir as tendências do setor de eventos no futuro e que desafios esperam o segmento nos próximos anos.

Marisa Canton, professora da Fundação Getúlio Vargas e curadora da série de seminários, agradeceu a oportunidade de desenvolver esse trabalho em parceria com a CNC. “O nosso grande desafio era apontar o que seria mais significativo para ser discutido. Acabamos por tomar um caminho que me pareceu responder de certa forma à questão ‘eventos, o que vem por aí?’. Essa era a proposta máxima desse ciclo de seminários”, afirmou Canton.

Peter Kronstrøm, diretor do Copenhagen Institute for Future Studies Latin America, foi o palestrante convidado desta edição para falar das megatendências para o futuro e como elas afetam o setor de eventos. Segundo ele, estudar o futuro é intrínseco à natureza humana. “O nosso cérebro pensa no futuro na maior parte do tempo enquanto ele está acordado. A gente mexe com o futuro em curto e médio prazo. O que nós estudamos no instituto é como começar a pensar o futuro em longo prazo, começar a pensar nisso de forma séria e em conjunto”, explicou.

Entre as megatendências apresentadas em sua palestra, Kronstrøm citou as que terão um impacto direto com os eventos. Segundo ele, por conta da intensa aceleração vivida pela sociedade nos últimos anos, cada vez mais as pessoas vão procurar desacelerar, viver mais devagar. “Cada vez serão necessários eventos que oferecem espaços para desacelerar, para conectar os seres humanos.”

Outras tendências apontadas são a automação e a evolução na Indústria 4.0. Peter afirmou que, com a automação de mais tarefas, o trabalho humano no futuro será mais criativo e vinculado à empatia e ao contato com seres humanos, tudo o que uma máquina não consegue fazer. “Isso inclui áreas que envolvem lazer, turismo, viagens e experiências humanas. É a interação entre pessoas que irá moldar os trabalhos no futuro, e nisso os eventos têm um papel essencial”, disse.

Ele ressaltou ainda que o Brasil é um país extremamente criativo e inovador, por isso o segmento tem a capacidade de promover eventos incríveis que proporcionam experiências de impacto e agregam valor. “O papel que os eventos terão no futuro é a responsabilidade de levar os humanos para além dos limites conhecidos. E, para isso, a soma de todas as pessoas e o resgate das experiências que nos tornam humanos é fundamental. Somente dessa forma é que conseguimos construir algo juntos para o futuro”, completou Peter Kronstrøm.

Questões para o futuro

Após a palestra, o presidente do Cetur/CNC, Alexandre Sampaio, conduziu um debate com os representantes das entidades representativas do segmento de eventos no Brasil e que foram apoiadoras da série Turismo – Eventos em Debate.

Eduardo Murad, da Associação Latino Americana de Gestores de Viagens e Eventos Corporativos (Alagev), ressaltou a importância de se observar as questões de segurança do público participante de um evento. “As empresas estão tomando muito cuidado ao observar os locais onde os eventos serão realizados. Toda a cadeia produtiva, especialmente os fornecedores, tem que estar muito antenada porque as empresas estão definindo seus eventos de forma interligada a essa questão”, afirmou Murad.

Para Ana Luisa Cintra, da Associação Brasileira de Centros de Convenções e Feiras (Abraccef), as dificuldades encontradas no setor são enormes, mas é preciso fazer um acompanhamento da evolução de eventos e correr atrás das tendências. “Com toda essa transformação, os centros de convenções hoje acompanham essa evolução, com a abertura de novos espaços e de olho na concorrência. Os eventos aumentaram, mas a concorrência também aumentou bastante. Muitas mudanças têm ocorrido, então é preciso estar atento”, disse.

Sobre as tendências das feiras no ano que vem, Armando Arruda, da União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe), disse que as novas experiências de negócios estão transformando a forma como os expositores escolhem as feiras em que pretendem investir. “Uma coisa que foi fácil constatar em 2018 é que as feiras diminuíram de tamanho. No entanto, o expositor descobriu que isso não é, necessariamente, uma coisa ruim, pois proporciona um contato mais próximo e direto com quem quer fazer negócio. São as sensações e as experiências que fazem mais diferença”, disse Arruda.

Para Fatima Facuri, da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil), a grande sacada do setor é ficar atento às novas tecnologias, com geração de conteúdo. “Para os eventos, o que sobra é a inovação. Feiras e eventos são um grande chamariz de inovação. Quando você entende isso, faz um grande relacionamento com seu cliente.”

Toni Coelho, da Associação de Marketing Promocional (Ampro), reafirmou que as experiências humanas, um dos pontos chave do live marketing, não podem estar em segundo plano nos eventos. “O live marketing trabalha com os sentimentos, as emoções, a sinestesia. O que a gente procura fazer nos eventos é provocar as sensações que as pessoas esqueceram”, explicou.

Elza Tsumori, do Fórum do Setor de Eventos (ForEventos), comentou o impacto que teria no setor uma mudança em leis de incentivo no País, como a Lei Rouanet, algo já cogitado pela equipe de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda em campanha. Segundo ela, haverá uma redução muito grande no número de eventos, caso haja uma alteração muito grande ou mesmo a extinção de leis desse tipo. “Isso tem sido um fator muito grande de desenvolvimento desse setor. É claro que, falando em longo prazo, acredito que esse modelo de incentivo precisaria mesmo ser revisto e sofrer uma mudança enquanto modelo de negócio”, afirmou Tsumori.

Fonte: Site CNC